Com o frio intenso desta sexta-feira, um homem ficou com a barba congelada ao circular pelas ruas de Belgrado, na Sérvia
Foto: Reuters
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Ao menos 220 pessoas, muitas delas pobres e sem domicílio fixo, morreram na Europa em consequência da atual onda de frio, principalmente na parte oriental do continente, onde só a Polônia e a Ucrânia registraram um total de 138 falecimentos.
Além disso, na Rússia, onde as temperaturas se situavam por volta dos -25º em Moscou e rondavam os -50º em Yakutia (Sibéria oriental), as autoridades contabilizaram 64 mortos de frio desde 1 de janeiro, segundo o ministério da Saúde, citado nesta sexta-feira pela agência Interfax.
Ao menos 101 pessoas morreram por causa do frio que atinge a Ucrânia desde 27 de janeiro, indicou nesta sexta-feira o ministério ucraniano de Situações de Emergência em um comunicado. "Durante o período de grande frio, 101 pessoas morreram, 11 delas no hospital, 64 foram encontradas nas ruas e 26 em seus domicílios", indicou o ministério.
Uma estimativa anterior divulgada na quinta-feira contabilizava 63 mortos. O ministério indicou que as temperaturas não devem aumentar imediatamente, com temperaturas mínimas noturnas entre os -25º e os -30º Celsius, e diurnas entre -16º e -21º. Há uma semana, uma onda de frio atinge a Europa Central e Oriental, provocando dezenas de vítimas, sobretudo na Ucrânia, Polônia e Romênia.
O frio deixou outras oito vítimas na vizinha Polônia, onde as temperaturas caíram até os -35 graus no sudeste. No total, desde o início da onda de frio, na sexta-feira, 37 pessoas morreram de hipotermia, segundo a polícia. No inverno boreal passado, 212 pessoas morreram de frio na Polônia.
Na Romênia, foram registrados mais dois mortos nas últimas 24 horas, elevando o total de vítimas a 24 desde o dia 26 de janeiro, segundo o ministério da Saúde. Na Sérvia, que marca temperaturas de -36 graus, o frio deixou sete mortos no fim de semana e milhares de pessoas seguem bloqueadas em povoados isolados pelas fortes quedas de neve. Os serviços de resgate tentavam fornecer ajuda aos mais isolados.
Na Bulgária, foram registrados mais seis mortos, homens de 52 a 66 anos, indicou a imprensa nesta sexta-feira. O total de mortos chega a 16, segundo um cálculo da AFP, num momento em que não há informações oficiais. A maioria dos falecidos neste país, o mais pobre da União Europeia, são pessoas idosas que se perderam nos arredores de seu povoado ou esperando um ônibus.
Na República Checa, um homem de 59 anos foi encontrado morto na quinta-feira fora de sua casa, em um povoado do sudeste do país. A polícia acredita que caiu e não conseguiu se levantar. Na Eslováquia, morreu outra pessoa elevando o total de falecimentos a três.
Estônia e França registraram seus primeiros falecimentos. Um homem foi encontrado morto de frio em uma rua da capital da Estônia, enquanto um doente de Alzheimer de 82 anos faleceu no povoado francês de Lemberg (leste), após sair de sua casa de pijama. Na Itália, foram registrados três mortos, após a descoberta na noite de quinta-feira de um sem-teto morto em Milão.
Em Roma, os moradores experimentaram apenas seu segundo dia de neve nos últimos 15 anos, com flocos brancos cobrindo palmeiras, antigas ruínas romanas e igrejas barrocas por toda a capital. Até cinco centímetros de neve caíram em alguns distritos, e monumentos antigos, como o Coliseu, foram fechados para os visitantes por medo de danos as suas estruturas.
As temperaturas na região alpina de Piemonte, no norte da Itália, caíram tanto que chegaram a -30º Celsius, e os motoristas foram aconselhados a evitar regiões no centro do país devido à forte nevasca e aos problemas de tráfego causados pelo clima.
A Grã-Bretanha se preparava para a neve depois que as temperaturas caíram a -11º Celsius durante a noite em Chesham, no sudeste da Inglaterra, e as autoridades alertavam que o frio poderia atingir as pessoas de surpresa depois de um inverno mais quente que o normal até agora.